Barcos virão e novas trarão!

Desde o século XVI que a ilha se foi tornando um palco, cada vez mais frequente, de ações bélicas não só porque as guerras da Europa se travavam no Atlântico, mas também porque a ação de piratas e corsários se tornou mais intensa.
A fortificação da ilha acompanhou esses ritmos, e embora de alguns fortes nada reste, e apenas se saiba da sua existência através de documentação antiga, de outros podemos ainda encontrar vestígios dispersos pela paisagem.

Paisagem e marcas do tempo da Rota da Índia

A Graciosa foi frequentemente alvo de ataques por piratas e corsários em busca de abastecimento enquanto rondavam a Terceira. Desde os primeiros tempos de colonização, a ilha foi marcada por histórias de saques e pilhagens, refletidas na sua toponímia e lendas.

Apesar da maior parte da costa ser alta e difícil de alcançar, os colonizadores construíram fortalezas e estabeleceram companhias de ordenanças para proteger a ilha. No entanto, mesmo com essas defesas, ataques de corsários e piratas eram frequentes, culminando em um saque à vila da Praia em 1691. Embora a maioria dos fortes tenha sucumbido ao tempo, as suas ruínas e outros vestígios testemunham a tumultuada história da Graciosa nos séculos XVI e XVII e as suas relações com o comércio atlântico e as riquezas da Índia.

Descubra as várias fortificações e variados elementos artísticos trazidos ou construídos por influência, ou em memória, da passagem das rotas comerciais do Oriente

Influências na culinária da Graciosa

Na gastronomia açoriana é frequente o uso de especiarias, prática que suplanta a utilização do tempero com ervas como é frequente na culinária continental. É hábito que remonta à época em que abundavam nos portos das ilhas e cuja utilização cada localidade foi adequando ao seu gosto.
Na gastronomia graciosense o uso de especiarias também é comum, mas, como nas outras ilhas, foi encontrando expressões diferentes de localidade para localidade.

Na freguesia da Luz usa-se canela nas morcelas, no sarapatel e no recheio de aves, temperos que não se usam em Santa Cruz

Forte da Calheta

O Forte da Calheta, também chamado Forte do Corpo Santo, terá sido construído para proteção do porto da Calheta entre 1590 e 1645. Construção muito fustigada mercê da sua exposição direta aos elementos, hoje mantém muita da sua integridade e é possível apreciar, além de outros detalhes, uma emblemática guarita octogonal.

Cais de Afonso do Porto

O cais de Afonso do Porto, assim designado talvez por as terras circundantes serem de um proprietário com esse nome, é agora o Porto Afonso e localiza-se numa baía recôndita circundada por costa alta e escarpada, mas protegida dos ventos.
Por tais características era local de desembarque de piratas e corsários, e no verão, quando eles eram esperados e temidos,
cortava-se o caminho e ninguém descia ao cais

Visite também a Ermida de Nossa Senhora da Vitória fundada em memória da vitória dos moradores sobre os piratas que desembarcaram neste cais em 1623

Furna do Rombote

Um navio espanhol que andava ao corso desembarcou na zona da capitania da Praia, certamente para fazer aguada ou roubar o que fosse possível. Os moradores refugiaram-se numa gruta na Caldeira de onde, primeiro, repeliram os invasores. Desde então, a gruta ficou conhecida por o Castelo de Rombote, apelido do capitão Fernão Vaz Rombóte, um dos que comandou a sua defesa, embora, posteriormente, a tradição popular tenha passado a chamar-lhe Furna da Maria Encantada.

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